8 de maio de 2012

Alzira é um nome chamativo para meretriz

A noite ia longa no matagal. Alzira, prostituta desde os 13, há muito que deixara de ser menina, ainda não é uma mulher. Estafada, termina o seu turno, a festa do título da equipa júnior de rugby da Amadora tinha dado para tarde e quem mais sofrera fora Alzira, andar novo, menos 2 kilos de barriga e os dentes lavados para três meses.
Um veado falou com ela mas o cansaço era tal que nem conseguiu perceber o que lhe dissera, nem se esforçou para tal e seguiu o seu caminho. Era duma meia de leite e duma torrada que precisava e foi com esse intuito que se dirigiu à taberna do Joaquim, ainda aberta porque tinha havido uma despedida de solteiro.
-Minha filha, não há leite nem manteiga, queres um café e um pão?
-Quero que vás para o car***o que te f**a.
Mais rápido que a sua própria sombra (esta não largou a mini), Manel, cunhado de Joaquim, sacou do revólver e enconstou-o ao pescoço de Alzira.
-Minha vaca, rebento-te já toda.
E Alzira foi-se embora, enquanto a sombra de Manel terminava a mini com um trago.
Junto à mesa de snooker, Carlos, que se casava com a filha do Fernando da funerária no dia a seguir, arrotou e com toda a calma do mundo atirou:
-Para o ano é que somos campeões, f**a-se.
E pagou a rodada ao pessoal.
Cá fora, Alzira vomitava quando um boneco palito com madeixas no cabelo lhe disse olá. Foi a última palavra da sua vida.

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