28 de outubro de 2010

Poesia de Alfredo Heitor Tomo I: Patrícia

Antes de apresentar a obra de Alfredo ao mundo há que falar sobre o poeta, descrito por Carlos Leone como o mestre do verso solto. Contemporâneo de grandes nomes do género com Hemílio Ossada ou Sá Bernardo, a poesia de Alfredo Heitor caracteriza-se pelo olhar crítico, irónico, interventivo e embriagado. Escreve para declamar, ao dedilhar da guitarra, com acelerações frequentes, com pausas e com hálito a bagaço. Para dar início à mostra da sua obra nada melhor que "Patrícia", um poema de amor que foca a volatilidade das relações no mundo de hoje. Fiquemos então com as palavras de Alfredo

Junto à praia
Não havia farol
Não havia pescadores
Havia eu
e Tu
Só nós
O mundo era nosso
O tempo não parou
Ou parou, já não sei
Eu queria era os teus olhos
Dei-te mão
Senti algo a levantar-se, também um Homem não é de ferro e se se levanta só é bom sinal
E pensei
Já tiveste 3 namorados
Já pinaste com o meu viznho
Mas eu quero-te
Pensei tudo para mim
E só repeti em voz alta
Quero-te
Quero-te
Quero-te
e Tu quiseste-me
Durante 15 segundos fui o homem mais feliz do mundo
Enquanto a minha língua sentia a tua
E o futuro agora era só nosso
Nem deus
sim leram bem , deus em letra minúscula que ele é um manhoso, mas vamos voltar ao poema que daqui a bocado já estou a piná-la
Nem deus sabia de nós
Seria um futuro perfeito
Com noites a ver reality shows com uma mantinha nos joelhos
Com rebentos
A acordarem-nos de noite a chorar
Afinal o tempo parou mesmo
E voltou a andar mais depressa
E de repente
Já estavas sem cuecas
Por baixo de mim
E depois por cima
Contra uma fraga
E no fim
Quando eu devia dizer amo-te
No fim
Nos teus olhos
Os olhos que eu queria
Vi Patrícia
Era ela que eu queria
Não eras tu
Patrícia, uma reles
Uma reles p*ta
Vive no Mantas
Mas eu queria era a Patrícia
A PATRÍCIA
Que bom que foi pinar com ela
30 euros bem gastos
Mais bem gastos que no Kit Sócio do Benfica
Nos teus olhos
Não te vi mais
Não eras nada para mim
Não és Patríca, não és nada
Nada
Zero
Mas eu estava possesso
E ainda demos mais uma.

Depois fui-me embora
Apaguei o teu número
Bloqueei-te no msn
Afinal não te amo
CHUPA (e que bem o fazes)
Não me ias fazer feliz
Eu já sabia disso quando te levei para a praia
Peguei no jornal
O Orçamento não foi aprovado
E eu cagar para o Orçamento
Fui aos classificados
E não estava lá a Patrícia
Não estava lá
Não estava lá
E agora
Nem Patrícia
nem Tu
Valeu-me a minha mão

Alfredo Heitor

15 de outubro de 2010

Passatempo

Pago um fino (pago mesmo) à melhor intrepertação deste enigma:

Pelas 17 horas da Nigéria um pato pôs um ovo no rio. Tremoços sabem melhor com alho e ervas. O Benfica vai ser campeão

1 de outubro de 2010

Guilherme Matias, um nome que não fica na cabeça

Acendeu o cigarro Marlboro de uma forma nervosa, a chama do isqueiro não se mantinha acesa e as mãos tremiam. A nicotina já era indissociável e a falta dela toldava-lhe o pensamento. Tinha acabado de acordar mas primeiro era o cigarro, depois a mijadela e depois o café. E outro cigarro, e outro se não tiver com pressa.
(Muito bonito este início de história, muito bonito sim senhor mas não se habituem a estes amontoados de palavras todos líricos, que isto é um blog de parvoíces, não é candidato ao Nobel)
Continuando, Guilherme Matias fuma muito porque é um homem cheio de preocupações. Chairman e co-fundador do holding Gentleman Time, uma empresa de revenda de relógios que estiveram na moda nos anos 80, incluindo aqueles que dá para mudar o canal da televisão (embora se contem pelos dedos da mão de um ex-combatente da Guiné o número de pessoas que sabe usar essa função), sempre foi um visionário. Não foi por acaso que em 2003 foi laureado com o Mocho Dourado, prémio de empreendedorismo mais importante atribuído pela ADEQBWDAREUFSADC (Associação Dos Empresários Que Bebem Whisky Durante As Reuniões E Usam Fatos Semelhantes Aos Do Costinha) pelo seu trabalho na incubadora de empresas de comércio retalhista de material de caça em segunda mão. Como qualquer empresário de jeito em Portugal tem 3 amantes, Mariline, uma brasileira morena, cujo principal atributo é o rabo, Alexandra, uma ex-agricultora de Cabeceiras de Basto e Mafalda (Mahfaz no hi5 e facebook), uma jovem aspirante a modelo fotográfica que ouve R'n'B. Além de sexo sem contraceptivos, Guilherme é também fã de música clássica e pimba tendo também um projecto de uma banda, Symphonickim, que alia trompetes com acordeão, subtileza de melodias com brejeirice nas letras.
É mais ou menos assim a vida deste homem. Ou era. Acabou de morrer. Cancro dos pulmões

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