20 de dezembro de 2013

E-mail ao Pai Natal

Olá Pai Natal! Espero que receba este email com boa saúde, embora o seu rouco Oh Oh Oh me faça pensar que o tabaco não lhe vai deixar muitos mais anos de vida. Além disso, como alguém que tem a actividade profissional mais intensa numa altura em que todos estão a lambuzar-se com doces e fritos também me quer parecer que o seu colesterol não estará famoso. Apesar disto tudo, continuo a acreditar que dia 24 se apresentará  resplandecente e vivaço pronto a espetar os dentes nas rabanadas dos presenteados (quando digo rabanada refiro-me ao doce também conhecido por fatia dourada em locais onde o português não é devidamente tratado, e não com segundos sentidos sexuais. No entanto, se o Pai Natal pretender espetar os dentes noutras rabanadas, peço-lhe que esteja à vontade, desde que não o faça em minha casa).
Posto isto, tenho uma reclamação a fazer-lhe. A única vez que lhe escrevi alguma coisa foi em 2010 (http://coisasmuitoestupidas.blogspot.pt/2010/12/e-mail-ao-pai-natal.html), de onde constava uma série de pedidos, a saber:
a) A morte de uma determinada docente do departamento de letras da UTAD cujo primeiro nome começa por uma vogal (não digo mais porque não sei quem lê isto mas acredito em na sua omnisciência, Pai Natal, para saber quem é o ser que me atormenta);
b)Um golpe de Estado que transformasse Portugal numa monarquia da qual eu seria o legítimo dono do trono;
c)2 barris de cerveja.
d)Uma jovem de 19 anos, cabelo escuro, 1.65m, olhos verdes, raça caucasiana mas com um tom de pele moreno, medida de sutiã: 36C, magra e com o traseiro saliente, que goste de futebol, saiba cozinhar, seja inteligente, tenha bom sentido de humor e perceba de política;
O pedido a) eu compreendo que não mo tenha realizado porque sabia que eu iria ser avaliado em 14 pela docente em questão. Não obstante o seu falecimento agradar-me-ia bastante, bem como a todos aqueles que não percebem nada de deíticos. O pedido b) foi cumprido em parte, trocando-me a mim pelo prof. Cavaco Silva, o que eu também compreendo porque nesse ano não comi o bolo-rei todo, e todos nós sabemos da sua preocupação com não deixarmos nada no prato. Já relativamente aos pedidos c) e d) continuo à espera 3 natais depois!
Pai Natal, julgo que não está a compreender a importância da situação, eu preciso mesmo dessas duas coisas, pelo que agradecia que não se esquecesse este ano! Relembro-o que já me vesti de si para os meus primos e que seria uma tristeza se eu por acaso durante a distribuição de prendas tirasse a barba e eles percebessem que é uma fantochada. Estamos entendidos?

7 de novembro de 2013

Boa noite

Na escuridão de uma congelante noite, poucos se aventuravam a passear pelas ruas. Desde que o município havia cortado na iluminação pública nocturna que o medo era a companhia de quem saía de casa depois do Telejornal. Entre os poucos corajosos que desafiavam as trevas, conta-se o protagonista desta história. Destemido como ninguém, louco como poucos, corria pela vila na ânsia de encontrar um café com Benfica TV.
Falamos de João Pedro, regressado aos ares que o viram crescer, exactamente três anos depois de ter fugido com a mulher que o viria a trair com o homem dos gelados
-Malditos portistas!- rosnava a cada balcão quando lhe diziam que ali não havia ninguém do Benfica.
Passeava fulo pelos passeios, fulminava os cães com o olhar e soltava umas caralhadas que só a noite escutava. E como que absorvido pelo triste fado de não ver a equipa do coração, (nem sequer saber quantos tentos o Cardozo já apontara) não reparou que alguém o seguia.
Toninho. Entre pataniscas e copos de vinho, em todos os balcões da vila se dizia cobras e lagartos deste homem. Ninguém lhe ousa falar alto, nem nunca houve alguém capaz de contrariá-lo quando afirma que o Paulo Portas é uma pessoa séria e bem intencionada.
(nota: este Paulo Portas não é o vice-primeiro ministro português, é um primo da cunhada do avô dum gajo que conheci aqui há dias)
Estivera preso por três ocasiões. Dois tiros certeiros custaram-lhe dez anos de vida de liberdade, um assalto mal sucedido a uma sex-shop mais três. Não sai de casa desarmado e todos os que o ousaram contrariar em vida não voltaram para contar!
(só foi uma vez que alguém o contrariou e como essa pessoa depois emigrou para o Luxemburgo, ainda não veio nenhuma vez à terra para poder contar)
Sorte a de João Pedro não se ter apercebido da situação. Qualquer homem daquela vila já pingara as calças de medo se ali estivesse, temendo por não voltar a ver os seus.
Ultrapassada a esquina da Funerária Emílio Vasconselhos Unipessoal Lda. João Pedro, olhou sobre o ombro e viu a temível figura.
Disse-lhe boa noite e seguiu caminho.

11 de agosto de 2013

Texto sem título definido (e sem piada também)

Manda a lei da boa educação que se diga senhoras e senhores e não senhores e senhoras. Uma vez uma pessoa enganou-se e disse ao contrário, a sua vida nunca mais voltaria a ser a mesma. Mas não é para falar disso que estamos aqui, estamos aqui porque abrimos o blog nesta página.

No tempo em que os animais falavam e não chegavam a Presidente da República, dizia-se que as cobras tinham má língua. Foi-se a ver e era mentira, mas a verdade nunca foi reposta. ("e oh mais num sei" dizem vocês)
Na verdade, as cobras sempre foram dos animais mais cooperantes. Isto até ao dia em que os dinossauros (dinossaurios na linguagem doutros nativos da língua lusa) votaram no leão para o rei da selva. Depois de uma campanha em que as sondagens davam como certas a vitória do dragão de komodo, o resultado final (1º Leão - 36% se votos, 27 deputados na assembleia da selva; 2º Hiena - 31 % 20 deputados; 3º Dragão de komodo - 26%, 16 deputados, 4º Suricate em coligação com Abelha 10%, 6 deputados) causou celeuma. Os reptéis juntaram-se e criaram um coligação de protesto, rapidamente descredibilizado pelo Rinoceronte, uma espécie de Miguel Relvas, mas com as cadeiras todas feitas.
Desde então, as pessoas pensam mal das cobras porque a verdade foi manipulada. E nunca mais ninguém se lembrou que na campanha o leão tinha prometido assar zebra todas as quintas-feiras!

31 de julho de 2013

Era uma vez no circo

Estavam dois palhaços vestidos de primeiro-ministro e de vice-primeiro-ministro a discutir o seguinte:
-No meio da savana, tinhas mais medo a quê? A um dragão de komodo ou um búfalo?
-Um dragão de komodo?? O que é isso?
-É um animal bué perigoso
-Mas chama-se mesmo dragão de komodo?
-Ya man.
-Que cena. E isso existe em Portugal?
-Não, acho que só existe em África e na Oceania.
-A Oceania? O que é isso?
-Então tu foste ministro dos negócios estrangeiros e não sabes?
-Oh não me fales nisso de ministro dos negócios estrangeiros. Ainda hoje tenho pesadelos com isso.
-Pronto desculpa. Vê lá, não te demitas por causa disto.
-Não. Este ano não me demito mais.
A conversa foi interrompida pelo telefone. Do outro lado da linha estava um amigo deles.
-O meu tacho?
-Que tacho?
-O meu. Já te ando a pedir há não sei quanto tempo.
-Vou falar com a minha mulher. Ela também fica com os tupperwares todos das amigas.
-Ok.
-Era desse tacho que estavas a falar?
-Não...
-Pronto. Então vou falar com outro palhaço. Amanhã liga-me que eu já devo ter arranjado uma coisa porreira para ti.
-Obrigadão. Um abraço.
-Um abraço.

-Este gajo é um chato. Ainda o vou entalar.
-Não faças isso. Vai antes brincar aos submarinos.

(Nota: O que vocês acabaram de ler é uma história de ficção. Qualquer semelhança com a realidade é pura coincidência)

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