17 de abril de 2012

Jesus? Obviamente, demito-o

Notaram porventura a minha ausência do blog que durou cerca de sete meses. Sete foram os meses em que acreditei que o Benfica brilharia e que me foquei única e exclusivamente no futebol do glorioso. Agora que conquistamos a Taça da Liga posso voltar a concentrar-me no blog, visto que os objectivos desportivos foram atingidos com sucesso. Apresento-vos pois então Dyrk deVossen, heterónimo holandês do ribatejano Macedo Beltrano, autor de um espólio poético surrealista que surpreende os menos preparados. De escrita dura, carregada de sangue e do fardo que foi perder o namorado aos 17 anos num acidente de carro, deVossen é irregular na sua profissão. É frequente vê-lo a jogar ao chincalhão em esplanadas do centro de Amestardão, onde reside com a amante e o rinoceronte bebé que adoptou. Fiquem com dois poemas do autor que, nas suas palavras pretende "cuspir poesia nos murais do facebook".

Zakorakis
Tragédia grega se abateu
sobre os corpos
inertes
mudos
quedos
incrédulos
dos soldados
portugueses
no chão.
Das terras de Sócrates marcharam
11 soldados que não conheciam a morte
saíram vitoriosos
seis batalhas
uma guerra
uma taça.
E o Ricardo, aquele frangueiro de merda. Se não fosse ele tinhamos ganho!!!!

Pintura Demoníaca
Observo um quadro que me incomoda
Foco os olhos, carregados de terror
Dos passageiros de um Ford  Skoda
Dois faleceram, sobreviveu o condutor

Dele se dizia ser fenomenal, intransponível
Corajoso, capacitado, capaz
Abalroado numa passagem de nível
Sobre a linha do comboio jaz

A face pálida denuncia a situação
A cozinha é fria, irrespirável o ar
Um prato vazio de arroz de feijão
Motivo do óbito: intoxicação alimentar

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