14 de dezembro de 2010

Sem título

Era uma vez um concelho em que a única unidade de saúde encerrava às 22 horas, ou às 20 se fosse fim-de-semana. O Presidente da Câmara dizia que agora é que o concelho estava bem servido. E tinha razão. É do senso comum que não há doenças a atacar pela noite, até porque o cancro vê mal no escuro e a gripe, sabe-se, não sai à noite desde que a mãe a proibiu de se encontrar com o H1N1.
Esta medida satisfazia a população. Em primeiro lugar a ausência de tratamento piorava a saúde e não há nada que dê mais gosto a um português que queixar-se da sua saúde no café. É isso e falar de futebol, sendo que aqueles que se queixam da saúde são os que têm este género de comentários: "Com esta equipa não ganhamos nadinha. Este gajo é um burro (falando do treinador, que tem um curso, títulos e que lida com os jogadores ao longo da semana, conhecendo-os como ninguém). Tem é que meter o jogador X." Quando o jogador X vai entrar o comentário é: "Olha, vai-me meter este gajo, assim não vai mudar nada".
Além disso, o capital que era poupado com os cortes na Saúde era investido em grandes acções como sardinhadas ou eventos com febras. Primeiro combate-se a fome, depois a doença. É uma questão de prioridades.

1 comentário:

diggy disse...

os eventos com febras tem duplo sentido, né?

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