14 de dezembro de 2010

Apelo ao Salzarismo

Sempre ouvi os antigos dizer que no tempo do Salazar "podíamos ser pobres mas ao menos havia respeito". Era da minha opinião que termos a oportunidade de fazer 4 refeições diárias era mais importante do que haver respeito. Pobre de mim, tinha os olhos fechados para a vida.
Aqui há dias, quando comemorei 20 anos estava no Baca Belha e conheci um senhor. Esse senhor chamou-nos caralhos, mostrou a pistola, chamou filho da puta a um amigo dele, disse que um dos capões tinha a pila pequena (Diogo Lima (ou Menezes, porque também há quem te conheça assim), vou preservar o anonimato da tua identidade para não gozarem contigo. Deves-me uma) e explicou-nos que para ele não há nada mais importante que o respeito (também nos ensinou uma técnica de partir nozes que utiliza o indicador direito e a mão esquerda). Não só fiquei elucidado sobre o respeito como tive o meu melhor aniversário de sempre.
Além do respeito o Salazarismo impôs outras coisas que faltam no Portugal socrático. O assassinato de Humberto Delgado, o general sem medo era algo que podia ser seguido pelo actual governo, a fim de tornar a oposição coerente. Senão veja-se, Passos Coelho, depois de morto seria muito mais coerente e clarividente nas suas ideias. Também a Mocidade Portuguesa é um case study da história portuguesa. Um conjunto de jovens de calções, suspensórios e extremamente religioso que é bastante respeitado é uma enorme chapada de luva branca nos escuteiros.
Por fim, enumero algumas semelhanças do actual regime com o Estado Novo:
-No Estado Novo havia o Tarrafal, hoje em dia há o túnel do Estádio da Luz. A diferença é que no Tarrafal os agentes de autoridade batiam nos dissidentes políticos, no túnel do Estádio da Luz os agentes de autoridade são agredidos por dissidentes futebolísticos (como dissidentes futebolísticos entenda-se jogadores que dissidiram do bom futebol).
-Ambos os governantes têm uma parte branca nos olhos
-No tempo do Salazarismo os socialistas encontravam-se espalhados pelo Mundo, devido ao exílio. Hoje os boys do PS encontram-se espalhados pelas empresas públicas.

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