5 de abril de 2020

Raios fodam a puta que pariu o caralho mais velho

Recentemente foi abordado neste espaço uma expressão das mais grandiosas da língua de Camões, “puta que pariu”. Sabemos nós que brotam várias expressões interessantíssimas em que os palavrões ganham uma outra vida - por exemplo “caralho” assume uma forma diferente se for “o caralho mais velho” ou se fizer parte da “cara de caralho”. Por não tão poucas vezes, os menos avisados, nomeadamente esta geração habituada a emojis e expressões inglesas viralizadas por um gordo barbudo que vive de pranks e de por iPhones numa liquidificadora, não sabem como nem quando empregar um belo “1000 caralhos me fodam”, por exemplo. Como o desemprego vai assolar o país após esta crise, ficam aqui exemplos de emprego de algumas das melhores e mais sujas expressões que os maiores caras de caralho do mundo inventaram:

1000 Caralhos me fodam
Tradução literal: desejo que 1000 pénis me penetrem com força
O que significa: sou capaz de fazer determinada tarefa
Exemplo de utilização: 1000 caralhos me fodam se eu não vou daqui a Lamego em menos de meia hora

Cara de caralho
Tradução literal: uma face em forma de pénis
O que significa: insulto indiscriminado
Exemplos de utilização: oh cara de caralho, não viste que o frango estava a queimar?; andam aqui estes caras de caralho que nem sabem conduzir

Caralho mais velho
Tradução literal: o pénis mais idoso
O que significa: muito longe
Exemplos de utilização: Pensava que daqui lá eram 15 minutos e afinal aquilo ficava no caralho mais velho

Puta que pariu
Tradução literal: uma meretriz que deu à luz
O que significa: isto é fora do comum
Exemplos de utilização: puta que pariu esta chuva que nunca mais pára; puta que pariu o Ronaldo sempre a marcar golos

Raios te fodam
Tradução literal: que relâmpagos te destruam
O que significa: não tens categoria
Exemplos de utilização: raios te fodam, pensavas que chegavas a Lamego em menos de meia hora, já passou uma hora e tu nada

Tesão de mijo
Tradução literal: enrijecimento do pénis por estar cheio de urina
O que significa: auto-confiança injustificada
Exemplos de utilização: marcaram um golo cedo, ficaram com a tesão de mijo mas na segunda parte levaram 5 batatas

Todo fodido
Tradução literal: estragado por completo
O que significa: muito bêbedo ou estragado por completo
Exemplos de utilização: cheguei a casa todo fodido, ainda fui vomitar; este carro está todo fodido, não anda nada

Vai para o caralho
Tradução literal: dirige-te para o pénis
O que significa: não te quero ver por perto
Exemplos de utilização: vai para o caralho que já estou farto de te ouvir

Vai um portugês e um espanhol

-Trouxeste as compras todas?
-Quais compras?
-As que eu te pedi.
-Acho que sim, não sei. Eu estou sempre a esquecer-me das coisas. Como é que eu me chamo?
-Zé, não é ?
-Zé ou José?
-Deve ser José, nunca vi o teu cartão de cidadão mas ninguém se chama Zé, pelo menos em Portugal.
-Achas que não? Apostarias nisso?
-Eu não gosto de apostas.
-E eu não gosto de rojões.
-E o que tem isso a ver com o assunto?
-Apostas ou não?
-Não. Tens aí o teu cartão de cidadão para veres o teu nome?
-Tenho mas se tu dizes que é Zé eu confio. Ou José, não é por aí.
-Não é por aí o quê?
-O caminho.
-A sério oh Zé tu nem te lembras de como te chamas e a nas que te lembras do caminho.
-Que caminho?
-Não é melhor ires a um médico?
-Não, mais vale ir a um restaurante que já estou com fome.
-Não estava a dizer agora. Depois...
-Pronto então depois eu penso nisso.
-Qualquer dia esqueces-te de respirar.
-Qualquer dia esqueces-te de respirar.
-Para de ser criança!
-Para de ser criança!
-Tens 8 anos?
-Tens 8 anos?
-Sou mesmo burro.
-Pois és.
-Então agora já não repetes?
-Já não repito o quê?
-O CARALHO!
-Adoro quando as pessoas chateadas dizem caralho.
-E um murro nesse focinho não adoras?
-Tem calma. Ainda falta muito?
-Então já não sabes o caminho?
-Nunca soube. Falta muito?
-Falta.
-Nem te toquei. Falta de quê? Sempre a roubar este árbitro.
-És mesmo benfiquista.
-És mesmo benfiquista.
-Pareces uma criança!
-Quem o diz quem o é.
-Deus me dê paciência...
-Eu sou criança mas tu é que tens um amigo imaginário.
-Não se brinca com Deus...
-Porquê? Ele tem mau perder?
-Claro que não.
-Então e não se pode brincar com ele porquê? Se está em todo o lado também está nos parques infantis.
-Pronto, pode-se brincar com Deus. Satisfeito?
-Não, ainda falta muito?
-Perguntaste isso ainda agora.
-Não foi agora, foi há bocado.
-Mas ainda falta muito, sim.
-Que bom, estou a adorar esta viagem.
-Eu também, vigem de sonho mesmo...
-Estás a falar a sério?
-Claro que não, chato.
-Chato és tu que só tens conversas de velho.
-Aposto que nem te lembras da minha idade.
-Mas tu não gostas de apostas!

Conversa de Igreja

Tomou o cálice, pegou e deu aos seus discípulos dizendo:
-Tomai todos e comei. Este presunto estava em promoção no Lidl.
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O pão nosso de cada dia nos dai hoje que amanhã já sabe a ranço.
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E por nós homens, para nossa salvação, desceu dos céus, encarnou pelo Espírito Santo, virou na segunda à direita e quando chegou à rotunda já não sabia o caminho.
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Avé Maria, cheia de graça, mijei-me a rir com ela.
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-O senhor esteja convosco.
-Ele está no meio de noz
-Ele está no meio de amêndoa.
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Deus todo poderoso tenha compaixão de nós, perdoe os nossos pecados e nos conduza à vida eterna mas veja lá quanto cobra senão chamo um uber.
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Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo, dai-nos uma parte da costela sem gordura.

23 de março de 2020

Uma história de amor

Era aquilo que a sociedade poderia chamar de “cãozinho bom” se a sociedade se lembrasse de por assim nomes por dá cá aquela palha mas desinfeta-a primeiro se faz favor. Prestava atenção e obedecia a tudo o que o dono lhe dizia, fosse isso “senta”, “tá quieto”, “dá a pata”, “preciso que me compres 30 pacotes de papel higiénico”, “tou todo mamado, para quê é que bebo?” entre muitos outros exemplos de conversas que só dá para ter entre um dono e um cão ou entre José Sócrates e Carlos Santos Silva.
Eles eram felizes - o dono que se chamava Pipoca e o cão que se chama José Manuel de Freitas da Silva. Mesmo o facto de ter um nome tão comprido (todos nós admitiríamos que o “de” antes de Freitas e o “da” antes de Silva são excessivos, mas foi assim que o Pipoca lhe quis chamar e na verdade quem somos nós para julgar o nome que alguém dá ao cão que adoptou, alimentou, cuidou e educou?) nunca foi impedimento de responder à primeira chamada- este cão era também o sonho de qualquer operador de um contact center de telemarketing se fosse capaz de pelo telefone aceitar a mudança de operador de serviços de televisão, internet e comunicações. A vida destes dois podia ser chamada de mar de rosas se o Pipoca soubesse nadar ou se pelo menos houvesse evidência científica que as braçadeiras são tão eficientes num mar de rosas como são num mar normal.
Quem vem a ler com atenção estará à espera que agora venha uma reviravolta, um “mas” que vire esta história ao contrário como se esta história fosse a bandeira portuguesa e o seu autor o Cavaco Silva antes de se enfiar no sarcófago. Como é óbvio, vocês estão cheios de razão, não fossem vocês todos gente inteligente, com bom gosto, família bonita, carro bonito e casa com muito espaço à volta para que a canalha ande a correr dum lado para o outro e chegue ao final do dia cansada demais para fazer birra na hora de comer a sopa. Vamos lá então virar o bico ao prego, que é como quem diz vamos lá ver como é que o Pipoca e José Manuel de Freitas da Silva deixaram de ser essa dupla imbatível, como é que eles deixaram de ser o Maradona e o Canniggia do século XXI, e é bom que isso venha depressa que os tempos não estão para perder tempo, todos nós temos coisas mais úteis para fazer.
Então um dia foram ver o jogo do Régua com o Abambres - claro que eles estavam pelo Régua, só quem nunca viu o MÁGICO LEONEL AZEVEDO com a bola nos pés poderia querer outra coisa que não uma goleada das antigas, do tempo em que farmácia era pharmacia e que ainda havia respeito, com os jogadores do Abambres a saírem mais rebentados do campo do que a Bárbara Guimarães saiu do casamento . A bancada estava ao rubro, os tambores não se calavam, a relva estava regada, os presidentes estavam já bebedos do almoço antes do jogo, tudo estava pronto para um recital de futebol. Tudo menos o José Manuel de Freitas da Silva que desta vez não queria saber da bola desde que viu uma beagle a ostentar uma t-shirt antiga do Abambres ainda com o patrocínio da McDonald’s. Aquela beagle, diziam que se chamava Bianca, era tão encantadora que a palavra encantadora parece impotente para caber em si todo o encanto emanado, o José Manuel de Freitas da Silva era agora um poeta à procura de palavras novas se bem que se formos a ser verdadeiramente rigorosos de pouco lhe serviam já que um cão não as consegue falar ou escrever.
Vamos agora saltar um bocado desta história e fazer um resumo do que aconteceu naquela tarde no Muncipial Artur Vasques sem nos perdermos em pormenores que não interessam nem ao menino Jesus nem à Cristina Ferreira - o José Manuel de Freitas da Silva abordou a Bianca e além de levar uma tampa e ganhar conhecimento que ela já estava prometida a um pitbull chamado Hulk, ainda foi mordido.
Aí José Manuel de Freitas da Silva deixou de ser um cão de respeito, juntou-se às más companhias, preferindo o prazer instantâneo da rua aos carinhos sinceros do pobre Pipoca. Aqui é quando a história fica mesmo triste, tão triste que nem a vamos acabar. Em vez disso, uma anedota:
-senhor doutor nasceram-me estes pelos todos, de quê é que eu padeço?
-você padece um udso

Sortuda a Rita Pereira

João Lima Telles é obeso desde os 5 anos. As suas semelhanças com o Boneco da Michelin já lhe valeram muitos dissabores mas também entradas gratuitas em eventos. Desde que se habituou à torre de Pizza ao pequeno almoço ganhou uma sensibilidade literária que desconhecia. É verdade que o facto de não caber em nenhuma porta lhe aguçou a escrita.
Desenvolveu uma paixão incurável pela Rita Pereira e todos os dias lhe dedica poemas no Instagram, uns bons, uns assim assim e outros que fazem o satélite de comunicações móveis pensar “a sério que ando aqui eu a milhares de quilómetros de casa a comer com meteoros no focinho para este otário escrever isto?”. Os melhores foram selecionados para uma edição especial de cupcakes de farinha de mandioca. Antes de irem para as prateleiras mais hipsters do país, podem lê-los aqui:

Rita tu és mais doce que nutella
Lambuzar-me-ia com a tua pele
Pergunto como podes ser tão bela
Vales mais que as ações da Taco’s Bell

Quem me dera que fosses um ecrã tátil
Meu rico presunto de cura selecionada
Escolher-te como mulher é tão fácil
Como escolher entre batatas e salada

Tanta perfeição deixa-me incapaz
Olho-te e não encontro qualquer falha
Quem me dera um dia ter-te à Brás
Para te acompanhar com batata palha

Isto também não é assim

-Onde já se viu agora estes gajos pensam que são não sei quem para se virarem para mim “ah e tal mas como é que é? Pensa que isto é o quê?”
-Vá, acalme-se que eles também não fizeram por mal.
-Não fizeram por mal, fizeram por bem, quer-me dizer? Ouça eles não sabem com quem é estão a falar
-Pois não devem saber
-Não sabem mesmo. E garanto-lhe já que isto não fica assim. Ai não fica não.
-Vá, tenha lá calma.
-Tenho calma nada, se fosse consigo também não ia achar piada. Ou acha que agora isto é assim?
-Pois.
-E digo-lhe mais, é bom que esses gajos não voltem a falar comigo assim que eu não sou os colegas de escola deles.
-Pois não é mesmo.
-Não acha que tenho razão? Esta gente eu não sei onde é que eles pensam que estão.
-Pois tem razão.
-Isso sei-o eu. Já não pode uma pessoa estar sossegada a bater uma punheta na rua!

18 de março de 2020

IRONIA NAS REDES SOCIAIS


Minhas queridas e estimadas lascas de presunto que ficaram esquecidas e que agora estão mais duras que a barriga de um adolescente nigeriano, vamos falar do maior problema que assola a sociedade moderna.
Falo-vos como é óbvio daquelas pessoas que tentam ser irónicas nas redes sociais e a seguir sinalizam essa mesma ironia. São pessoas que colocam frases que normalmente até têm muito pouco de ironia e logo a seguir colocam a hashtag #ironia ou um comentário a dizer “fui irónico”.
Ponto número um: estas pessoas são estúpidas.
Ponto número dois: vou-vos ensinar o que é ironia. Ironia é eu dizer que preferia comer um balde cheio de merda do que ler as vossas publicações. Como é óbvio, por muito estúpidos que vocês sejam , eu ia preferir sempre ler as vossas publicações do que comer merda. Isto é ironia: dizer subtilmente o contrário do que se pensa.
Se logo a seguir vão dizer que estão a ser irónicos, já deixaram de o ser. Irónico, não é?
Para que tudo isto não fique demasiado sério e para vos ocupar com coisas mais interessantes do que perceber se o saco arroz agulha da marca branca do Pingo Doce tem mais ou menos grãos que o saco de arroz basmati Pato Real, fiquem com algumas reflexões e decidam se são irónicas ou não:
a) O melhor do mundo são as crianças. Já dizia o Carlos Cruz
b) A fome é áfrica não é um tema importante. É só uma coisa de crianças.
c) José Sócrates é um homem inocente.
d) Isto do Corona só vai ao sítio com o André Ventura.
e) Gosto muito de estar de diarreia porque sinto que os meus peidos cheiram melhor do que normalmente
f) Se bebermos água de 15 em 15 minutos não matamos o vírus. Só mijamos mais

17 de março de 2020

Puta que pariu


Trago-vos a análise que faltava na língua portuguesa, hoje vamos falar sobre a puta que pariu.
Neste micropaís que se inicia a norte do rio Mondego não faltam no dia-a-dia um belo foda-se ou um caralho, que saltam da boca de todos nós como se a nossa língua fosse um trampolim de palavrões. O palavrão, no norte do país, não é um impropério mas sim um vocativo que dá um colorido tinto às nossas frases.
Mas por mais que tentem, nenhuma veborréia se aproxima da inimitável puta que pariu. Olhando à epistemologia da frase, Puta que pariu seria uma qualquer Tatiana da vida a quem a pressa, o descuido ou a vontade do cliente levaram à não utilização do preservativo. Nove meses e uma baixa sem direito a pagamento da segurança social depois, Tatiana daria à luz um petiz que seria meio filho dela, meio filho do mundo. Consumado o nascimento do filho, dar-se-ia então a Tatiana o título da puta que pariu.
Pois bem, puta que pariu é tudo menos isso. Puta que pariu adjetiva tudo o que é incrível, positivo ou negativo. Puta que pariu é a mais democrática das construções da língua portuguesa.
Puta que pariu mais um recorde de golos do Ronaldo ou puta que pariu este patrão que esperou até às 5 da tarde para me entregar uma pilha de trabalho. Puta que pariu tanto dinheiro que eu ganhei ou puta que pariu esta chuva que nunca mais para.
Puta que pariu para o bem e para o mal, tudo o que é inexpectável, tudo o que ultrapassa os limites da normalidade assenta-lhe bem.
Em suma, puta que pariu isto tudo!

25 de abril de 2015

ela

Observei-a e fixei-me nos olhos. Neles pairava um vazio, como se aquelas pupilas fossem um programa eleitoral do PS. Queria tocar-lhe e saber-lhe os traumas, saber-lhe o caminho, saber-lhe um olhar mais feliz.
Mas quem era eu ao pé dela? Aliás, quem era eu que tinha em mim todo o desejo de a fazer feliz, se ela nem sabia quem eu era? E eu sabia quem era eu?
O mundo e o tempo seguiam o seu caminho lado a lado, de mão dada, como sempre havia sido, desde o tempo do Adão, Eva e Mário Soares. Se o tempo dá um passo, logo o mundo o acompanha. Se o mundo dá um passo, logo o tempo o segue. E eu fiquei imóvel, como se o mundo e o tempo tivessem parado só para dar uma mija. Como se ela fosse mais que o mundo e mais que o tempo e mais que o tempo e o mundo juntos e mais que o tempo e o mundo e eu juntos.
Só a olhava a ela, castelo de melancolia, masmorra de sentimentos, prisão de ventre. E ela, como se ela fosse mais que o mundo e mais que o tempo e mais que o tempo e o mundo juntos, e só não era mais que o mundo e mais que o tempo e mais que eu juntos porque ela não me conhecia, ela, dizia eu, fitava o horizonte. O horizonte dela, que só os olhos dela conheciam. E entre os olhos dela e o horizonte era o mundo dela, o mundo que ela via agora, todo aquele espaço em que se acontecesse alguma tragédia e viessem os jornalistas ela poderia dizer vi, sim senhora.
deus me perdoe mas eu matava por ela e eu nem sabia quem ela era. Muito menos ela sabia quem eu era e, deus me perdoe outra vez, que eu matava por ela. Pior, eu matava-me por ela.
Era o fim da tarde daquele dia. Já perdi o autocarro? Olhei para o relógio, não, ainda tenho cinco minutos. E apressei-me, não sem a fitar uma última vez. E prontos foi isso

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