21 de novembro de 2010

A trioligia do macaco sábio I: a noite das tartarugas gigantes

No reino dominado pelo príncipe do egipto tailandês a noite não corria bem. Oriundas do norte do país as tartarugas gigantes seguiam em fila indiana atropelando desenas de búfalos pelo caminho que pareciam assustados com tamanha rebaldaria. A noite parecia assustada e a própria lua despiu o robe e vociferou ORDEM.
Os ex combatentes do conflito militar dos boxers com selo contra as cuecas sem elastico reuniam-se num jantar que incluía veado de caça, vinho da colheita de 1874 e cocaína servida às riscas. Ouvido o alarme da lua vestiram a sua farda de combate deixando de lado as cabeças de tartaruga que apelavam a mais batatas fritas que para a mesa do fundo não veio nada.
Os golfinhos da Ordem Honária da Guarda dos Mares Africanos e Outros à Volta não puderam deixar em claro o artigo de opinião de Marcos Alonso Funesto acerca das derivações neoliberais do manifesto do MRPP de 1989. Era a polémica do momento, Garcia Pereira aparecia em horário nobre a declarar inocência.
A guerra estava ao rubro e após fazer a barba no seu condomínio de luxo na Amadora Vale e Azevedo subscreve 10 títulos da dívida de Moçambique.

CONTINUA...

13 de novembro de 2010

Este texto não tem pretensões de ter piada

Era uma vez um País onde o Presidente de um dos principais bancos dizia na televisão em horário nobre que os seus gestores tinham como função fugir ao fisco;

Era uma vez um País onde um candidato a Presidente da República faz da luta contra as injustiças sociais bandeira da sua campanha eleitoral, sendo que ele acumulava 5 reformas;

Era uma vez um País onde se propõe um determinado estilo musical a património da humanidade mas onde as principais rádios não passam esse estilo;

Era uma vez um País onde o líder da oposição fala mal dum orçamento de estado que aprova;

Era uma vez um País onde o Ministro do Trabalhoo que bateu os recordes de taxa de desemprego foi premiado com o cargo de Ministro da Economia do Governo seguinte;

Era uma vez um País onde as taxas de juros da dívida batem recordes históricos e o telejornal abre com uma notícia sobre futebol;

Era uma vez um País onde ainda há pessoas que não se sentam ao lado de pessoas no autocarro só porque são de outra cor;

Era uma vez, neste País um Primeiro-Ministro que dizia estar no bom caminho

2 de novembro de 2010

Poesia de Alfredo Heitor Tomo II: Nunca como hoje

Numa fase mais introspectiva e sombria Alfredo criou poesia negra. Estas composições surgiam principalmente nas aulas de Análise do Discurso e da Imagem, onde ele escrevia isto fingindo estar a tirar apontamentos. Hoje fiquem com "Nunca como hoje", poema classificado em 20 numa escala de 0 a 20 pela revista literária Patanisca

Nunca te quis tanto como hoje
Nem quando te tive
Nem quando te queria
Hoje acordei contigo
E tu longe
Longe
E perto do meu coração
O teu toque era tudo o que eu queria
Ou a tua palavra
Hoje
Mais do que nunca
Nunca como hoje

Fui para a rua
Queria-te
Hoje
Já disse isto mas era mesmo hoje
7/12/2009
Hoje!
Procurei-te onde não te queria encontrar
E não é que
Foda-se
Encontrei-te
De mão dada
Não eras tu
Que susto
Vomitei o chão
Bebi uma mini
Acalmei-me com um Lucky Strike
Desde que ouvi falar na lenda que só fumo desse veneno

Olhei
Olhaste
Cruzámo-nos
Ias a falar com a tua amiga
Mas paraste
Eu parei
Ela não parou e continuou a falar sozinha
Toda a gente na rua olhava para ela
Que maluquinha
Mas eu não
E tu não
E agora?
Era isto que eu queria
E agora?
Nunca te quis tanto como hoje
E agora?
Sorriste para mim
Tremi
E alguém atrás de mim disse olá
Era para ti
Tu não sorriste para mim
Sorriste para trás de mim
Tu não me viste
E quem estava atrás de mim beijou-te
Foi o beijo mais nojento de sempre
Vi a vossa língua
Que nojo
Arranjem um quarto
Espera, não arranjem nada
Fica aí
Fica.
Fica.
Não vás já
Eu sou o teu cãozinho se quiseres
(cãozinho não existe, o diminutivo de cão é canito mas eu quero escrever cãozinho, tá-se bem? o poema é meu)
Só quero um sim
Nunca como hoje
Olhei para o rabo dele
Tinha ar de larilas
Calças brancas justas
Sapatos a brilhar
Camisa desapertada
Cinto à avec
Gel no cabelo
Não
Não pode ser

Despreza-me
Mija-me em cima
Caga-me na cabeça
Diz que eu sou um chato de merda
Mas não me humilhes a esse ponto
Ao ponto de andares por esse mundo
com um Azeiteiro

Fala comigo
Ou responde-me com os olhos
Assim não.
Mijei-me pelas pernas abaixo
Voltei a vomitar
Sangrei do nariz e da boca
E as orelhas jorraram um líquido indescritível de tão sujo que era
E eu caí
caí
no chão duro
E tu mais dura ainda
E ela que ficava tão dura de pensar em ti
Soltou mais um pinguinha

Não sei o que me aconteceu depois
Acordei ao teu lado
Eu nos cuidados intensivos
Tu também
Ele espancou-te
E eu sorri quando soube
E depois fechei os olhos
Nunca te desprezei tanto como hoje
Nunca te amei tanto como hoje

E o meu problema
Já não eras tu
Era não me lembrar do PIN

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